terça-feira, 30 de outubro de 2007
Karincoma, Small
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terça-feira, 23 de outubro de 2007
Andrew Tunney, Dance Girl
Vetro by Andrew Tunney
"Quando uma coisa em outra coisa se transforma
toda norma fica fora de forma
quando alguma coisa parece que falta
mas na verdade sobra parece que quebra
mas na verdade dobra
se desdobra em outra coisa se transforma
que todo começo é um fim
que não se conforma "
(Henrique Fialho)
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Hunter S Thompson, Cloxboy
Vetor by Hunter S Thompson
Amores de Conveniência
Ela não queria. Ele se chegou. Ela se esquivou. Ele perguntou. Ela não disse não. Nem sim. Ele foi ficando. Ela foi deixando. Ele queria. Ela não queria. Mas também tanto fazia. Ela estava longe. Ele estava ao lado. Ele estava amando. Ela acostumando. Ele contemplava admirado. Ela não se admirava. Ele se inquietava. Ela acomodava. O coração dele batia forte. Ela nao ouvia. Coração ensurdecera. Todo o resto era confortável. Confortável... nada mais a temer. Nada mais a tomar. Nada mais a tremer. E a vida assumiu ares tão normais quanto o oxigênio. Ela até parecia feliz. Ficava mais atraente nesse modelito. Um dia, talvez, quem sabe, o coração volta a ouvir. Enquanto isso ele bebe caipivodka e ela licor de *mente*.
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Erina Dolorous, Moment
Vetor by Erina Dolorous
"Pra Você" (Fernando Alcolea)
Fala comigo meu afeto,
Diz em meu ouvido o que te cala.
Para que possa seguir em teu alento,
Me mostra o que atinge tua alma.
Dá sinal, por favor, do teu lamento,
Para que possa, assim, secar teu pranto.
Me deixa ver esse rosto, hoje encoberto,
Mesmo marcado e castigado pelo tempo.
Falando em tempo, respeitemos o tempo dele;
Pois em sua razão, perdemos tanto tempo...
Que saibamos lidar com zelo!
Que aguardemos sua providência, pacientes;
Que ajamos com suas respostas, conscientes;
E consigamos, assim, viver sem medo.
O sábado promete... Lá vem a novela!
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quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Fizzgig, Backfire
“Evidentemente, estou falando da modalidade de vida que faz do amor o centro de tudo, que busca toda satisfação em amar e ser amado. (...) O lado fraco dessa técnica de viver é de fácil percepção, pois, do contrário, nenhum ser humano pensaria em abandonar esse caminho da felicidade por qualquer outro. É que nunca nos achamos tão indefesos contra o sofrimento como quando amamos, nunca tão desamparadamente infelizes como quando perdemos o nosso objeto amado ou o seu amor”.
FREUD, Sigmund. O mal-estar na civilização [1930].
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domingo, 14 de outubro de 2007
Monavx-1, Spirit of Poisonnn
Postado por dellconte às 16:58 3 comentários
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Belldandies, Madonna
Vetor by Belldandies
O coração é uma casa de putas: Tem muitos quartos.
(Gabriel Garcia Márquez)
O amor são negócios. São ações, investimentos, onipresença desejadamas impossível. O amor é gripe. Conhecemo-lo por inteiro, sabemos de seus caminhos, mas sempre adoecemos. O amor é ainda pior que a gripe, porque nele nós insistimos. Seria talvez mais sensato ter gripe que amar. O amor é curto e bruto. Soca tudo para dentro de seu tamanho, e lá dentro é tão pequeno. Como não sair machucado de limites tão estreitos? O amor tem cheiro, ninguém ama o que fede. O amor é cheio de frescuras. Quer florese quer ser entendido. Há gente que acha que amorsão dois cubos lado a lado. Há quem ache que são engrenagens justapostas. Há quem não saiba o que fazerdo próprio amor,e há os que não o conheceme nem por isso morrem. Somos todos tão esquisitos. Amamos e morremos de medo, ou então amamos e temos mil coragens,ou então estamos sempre a um pezinho só do amor e olhamos para os lados, perguntando: "Ninguém vai fazer nada? Ninguém vai me dar uma mão com isto aqui?" O amor vive dizendo: "se vira". O amor nem sempre pára na rua pra nos cumprimentar. Às vezes chegamos esbaforidos num lugar, e ele acabou de sair. O lugar onde se sentou ainda está quente, a marca de sua bunda, em forma de coração, ainda é visível, mas estamos atrasados. Noutras vezes, chegamos cedo demais, e nos enchemos e vamos embora antes que ele apareça - se é que aparece. Às vezes nos apaixonamos pela idéia que fazemos do outro. E o amor reconhece sua firma, e diz que é legítimo e autenticado - penas talvez seja breve. Às vezes o amor é tão curto que dá a aparência de engano. Culpamos o amor por tudo. Às vezes o amor vem vestido de fome, de falta; às vezes nem dá nome na porta, entra quieto, tira os sapatos, olha pros lados,e voilá! estamos ferrados. E às vezes o amor vem todo pintado, fazendo escândalo e bebendo muito, subindonas mesas, dançando, piscando para tudoe para todos, soltando baforadas safadas, borrando o batom. Às vezes vem como chuva, penetra nossa pinturae nos molha os olhos ou enche nossa barriga de formigas. O amor nos deixa ansiosos, dependentes do relógio, donos dos meses sem fimentre desgostos mais ou menos óbvios. Nunca acordei amando, mas já fui dormir assim muitas vezes. Nunca perdi a fome, mas já cansei de perder o sono. Nunca recuperei nada. Já olhei muitas manhãs com cara de última, já desci muitas ruas que tinham ar de fim da linha, já me senti vezes sem conta irmão das poças. Já bebi muitas auroras em companhias mortas. Já fui expert em cinzas. E o amor vive comigo. Tenho dois corações: um é meu, com licença, que alguém tem que ser constante a meu lado; o outro tem donos variados. O amor o aluga a gente esquisita,a uns fodidos, mal-amados; mas também o loca a gente maldita, que é bela, bonita e boa, que me faz rir e achar bom não ser mais dono do que penso - essa gente que me mata em cada ponto final que resolve inventar.
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segunda-feira, 1 de outubro de 2007
Turp, White Walls
Vetor by Turp, White Walls
Mutante (Hannah Abraão)
"sou tantos "ses"
que se me lembro
perco-me neles..."
Postado por dellconte às 05:52 1 comentários
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Verucasalt82, A Dozen Pink Balloons
Vetor by Verucasalt82
Dez Chamamentos ao Amigo (Hilda Hilst)
Se te pareço noturna e imperfeita
Olha-me de novo. Porque esta noite
Olhei-me a mim, como se tu me olhasses.
E era como se a água. Desejasse
Escapar de sua casa que é o rio
E deslizando apenas, nem tocar a margem.
Te olhei. E há tanto tempo
Entendo que sou terra.
Há tanto tempoEspero
Que o teu corpo de água mais fraterno
Se estenda sobre o meu. Pastor e nauta
Olha-me de novo. Com menos altivez. E mais atento
Postado por dellconte às 05:38 0 comentários
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